Mulher é detida na frente da filha de 4 anos em imóvel com armas e drogas ligado ao PCC
16/10/2025
(Foto: Reprodução) Polícia Civil apreendeu drogas, armas e materiais usados no tráfico em casa de investigado por envolvimento com o PCC em Guarujá
Reprodução
Uma mulher de 22 anos foi presa pela Polícia Civil em Guarujá, no litoral de São Paulo, na frente da filha de 4 anos. Ela estava em um imóvel onde foram encontradas drogas e armas. Segundo a defesa, a jovem estava no local, alvo de mandado de busca e apreensão, apenas para fazer uma tatuagem e não tinha relação com os materiais apreendidos. Após audiência de custódia, ela foi liberada.
Segundo o boletim de ocorrência, a equipe policial foi até o endereço, na Rua Antônio da Silva Melo, para cumprir o mandado que tinha como alvo o proprietário do imóvel, investigado por envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
No entanto, apenas a jovem foi encontrada na casa. Ela acompanhou as buscas e foi apontada pela polícia como companheira do investigado. Segundo o registro policial, a mulher disse que estava de passagem, mas os agentes acreditam que ela também mora na residência, pois estava acompanhada da filha de 4 anos.
✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp.
Durante a busca pelo imóvel, a equipe policial encontrou várias armas expostas, a maioria de réplicas perfeitas de pistolas e fuzis. No entanto, munições de fuzil e uma pistola calibre .38 também foram localizadas.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Dois celulares foram encontrados escondidos debaixo de um colchão, além de drogas, equipamentos e anotações alusivas ao tráfico de entorpecentes e cartas apontando o batismo de membros do PCC, demonstrando ligação do alvo das buscas com a facção criminosa.
Diante da situação, a mulher foi encaminhada para delegacia acusada de manter droga armazenada para venda e guardar armas e munições com o companheiro.
Segundo a polícia, apesar da jovem não ter antecedentes criminais, ela tem dois irmãos com passagens por tráfico de drogas.
Ainda segundo a corporação, a suspeita é que o investigado, alvo do mandado de busca e apreensão, tenha deixado o imóvel pouco antes da polícia chegar, pois teria sido avisado sobre a ação.
Audiência de custódia
Após a prisão na segunda-feira (13), a mulher foi encaminhada para a cadeia pública anexa ao 2º DP de São Vicente. Ela passou a noite no local, mas teve a liberdade provisória concedida na terça-feira (14), após passar por audiência de custódia.
Segundo a juíza Carla Milhomens Lopes de Figueiredo Gonçalves de Bonis, não havia elementos que justificassem a prisão preventiva da mulher, já que os crimes atribuídos a ela “não envolveram violência ou grave ameaça à pessoa”.
Ela também considerou que a jovem é responsável pelos cuidados da filha menor de idade. Por isso, impôs medidas cautelares, como o comparecimento bimestral em juízo para justificar suas atividades e a proibição de deixar a comarca ou mudar de endereço sem autorização prévia da Justiça.
Defesa da mulher
Segundo o advogado Renan Lourenço, a cliente não tem qualquer vínculo pessoal ou criminal com o investigado. “Ela o conhecia superficialmente, pois foi até o local apenas para realizar uma tatuagem com ele. O contato entre ambos se limitou a esse momento específico”, disse.
Ainda segundo ele, nenhum material que foi apreendido estava com ela, pois foram encontrados em outro cômodo.
O advogado garantiu que a mulher não mora na casa alvo da ação policial, mas vive de forma regular, é primária e mãe solo de uma criança de 4 anos. "Durante a audiência, a gente apresentou comprovantes de residência, contrato de locação e provas de atividade lícita”, explicou Lourenço.
A defesa informou que o caso segue em fase judicial, aguardando o agendamento da audiência de instrução e julgamento. Para o advogado, o objetivo na fase de instrução é provar a inocência da cliente, apontando que a prisão ocorreu de "uma presunção equivocada”.