Morte de cachorro que comeu planta tóxica em SP reacende alerta sobre riscos em áreas públicas

  • 10/05/2025
(Foto: Reprodução)
Labrador ingeriu sagu-de-jardim durante passeio e não resistiu. Especialistas alertam para o perigo de espécies comuns em ruas e casas. Pudim, cão da raça labrador Reprodução/TV Globo Um passeio de rotina terminou em tragédia para a designer Fabiana Amaral e seu labrador, Pudim, na última semana. O cão de nove anos, conhecido pela energia e saúde, passou mal após ingerir uma planta em um canteiro próximo à casa da tutora, na cidade de São Paulo. Poucos dias depois, morreu em decorrência de falência hepática — quando o fígado para de funcionar. "Ele começou a ficar estranho no dia seguinte. Não queria comer, o xixi estava muito amarelo, quase laranja. Só depois fui descobrir que a planta era venenosa. Não tinha nenhuma proteção no local", relata Fabiana. A espécie ingerida por Pudim foi identificada como Cyca revoluta, conhecida popularmente como sagu-de-jardim. Segundo especialistas, a planta é altamente tóxica para cães, gatos e até humanos. Uma forma simples de reconhecer se uma planta pode ser perigosa é verificar se, ao quebrá-la, libera um látex branco — indicativo comum de toxicidade. No Instituto de Pesquisas Ambientais do Jardim Botânico de São Paulo (IPA), as espécies botânicas brasileiras são registradas, mas ainda não há um levantamento específico das que são tóxicas. A pesquisadora Rosângela Bianchini explica que mesmo sem um estudo sistemático, sabe-se que muitas plantas comuns nos jardins oferecem riscos. "Se considerarmos que 10% das plantas são tóxicas, já é muito. Se um animal come uma dessas, pode morrer ou passar muito mal. É preciso correr para o hospital veterinário para uma lavagem estomacal", alerta Rosângela. Entre as espécies mais perigosas e comuns estão a azaleia, a espadinha, espada-de-São-Jorge, mamona, lírio-da-paz, jiboia, alamanda, antúrio, bico-de-papagaio, coroa-de-cristo e cambará. Plantas tóxicas para cães e gatos Reprodução/TV Globo Para orientar tutores, um grupo da Faculdade de Medicina Veterinária da USP criou o projeto Petmosfera, um site com informações sobre plantas e alimentos perigosos para animais. A professora Silvana Görniak, responsável pelo projeto, destaca que o número de espécies ornamentais importadas cresce, e muitas têm sua toxicidade descoberta apenas após casos clínicos. "O conhecimento sobre essas plantas é essencial, porque elas não afetam apenas os pets, mas também podem representar perigo para crianças", afirma Silvana. Ela lembra ainda que cães, por serem mais curiosos que gatos, estão mais propensos a ingerir plantas durante passeios. O risco aumenta quando o animal passa muito tempo sozinho ou quando envelhece, o que pode levar a distúrbios de cognição e dificuldade de distinguir o que é perigoso. A tragédia vivida por Fabiana reacende o debate sobre a presença dessas plantas em locais públicos. Uma lei municipal de 2003 proibia o cultivo de espécies tóxicas em áreas públicas, mas ela foi revogada em 2022. A legislação substituta não menciona mais esse tipo de proibição. "Eu sabia que um dia ia perder o Pudim, mas não assim. Era meu melhor amigo. Não quero que nenhum outro cachorro passe pelo que ele passou. Essa lei tem que voltar", desabafa a tutora.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/05/10/morte-de-cachorro-que-comeu-planta-toxica-em-sp-reacende-alerta-sobre-riscos-em-areas-publicas.ghtml


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