Justiça adia audiência de jovem que avançou sinal vermelho e matou motociclista em Santos, SP

  • 15/06/2025
(Foto: Reprodução)
João Pedro Donatone é acusado de matar Caetano Ribeiro após furar um sinal vermelho, em outubro de 2024. Defesa solicitou a alteração da data após não conseguir localizar duas testemunhas imprescindíveis para o processo. Caetano Ribeiro Aurungo, de 21 anos, morreu em acidente no bairro Embaré, em Santos (SP) Redes sociais e Ariane Andrade A Justiça de São Paulo remarcou para 17 de julho a audiência de instrução de João Pedro Donatone, o motorista que colidiu e matou o motociclista Caetano Ribeiro ao avançar um sinal vermelho em Santos, no litoral de São Paulo. A sessão seria realizada em 13 de maio, mas a defesa não conseguiu localizar a tempo duas testemunhas “imprescindíveis” para o processo. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. O caso ocorreu na madrugada de 19 de outubro de 2024, no cruzamento entre as ruas Álvaro Alvim e Conselheiro Lafayette, no bairro Embaré. João, com 19 anos na época, furou o sinal vermelho e atingiu Caetano Ribeiro Aurungo, de 21, que morreu no local. Atualmente, o jovem cumpre medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica. A mudança na data da audiência ocorreu após a defesa pedir, alegando que “provas importantes e imprescindíveis" não estavam nos autos. Isso porque o celular de João, onde estariam as informações pessoais sobre as testemunhas, foi apreendido. A defesa havia solicitado a restituição do celular, mas a Justiça apenas concedeu o acesso ao aparelho, alegando que o dispositivo ainda passará por uma perícia complementar. Por conta disso, não foram localizados os endereços das testemunhas indicadas a tempo. O réu e o advogado tiveram acesso ao aparelho em 9 de maio, no 3º DP de Santos, quatro dias antes da audiência. A defesa, então, pediu a alteração da data da audiência, tendo em vista a proximidade do procedimento. O Ministério Público se manifestou contra o pedido. “Se [testemunha 1] e [testemunha 2] não tinham amizade com o réu, de que forma o aparelho celular auxilia? Não há amigos em comum que possam indicar telefone ou endereço dessas pessoas? O réu não sabe onde encontrá-las?”, questionou o promotor Fábio Perez. Em contrapartida, a defesa alegou que “tais pessoas não eram do círculo de amizades do réu, razão pela qual não possui maiores detalhes de referidas pessoas, sendo certo que tornaram-se conhecidas do réu na noite anterior aos fatos”. O adiamento foi acatado pela Justiça, que marcou a nova data da audiência para 17 de julho, a partir das 14h. A defesa e a acusação ainda devem indicar as testemunhas a serem ouvidas na ocasião. Consumo de álcool João Pedro Donatone confessou estar errado (à esq.) em acidente que terminou com a morte de Caetano Ribeiro (ao centro) Reprodução, Redes sociais e Ariane Andrade Um laudo pericial do telefone de João Pedro revelou conversas que apontam o consumo de bebidas alcoólicas por parte do suspeito antes do acidente. No dia, João foi exame clínico no Instituto Médico Legal (IML) que deu negativo para embriaguez. O laudo, porém, apontou sinais indicativos de que ele estava sob o efeito de álcool. No laudo pericial, realizado pelo Instituto de Criminalística (IC) a pedido da Polícia Civil, foi constatada a atividade de João nas redes sociais entre os dias 18 e 19 de outubro, com quatro conversas com diferentes amigos. “Já há uma série de elementos, de provas, que foram colhidos na fase de investigação que demonstram que o acusado, de fato, assume o risco de atingir o resultado trágico com a vítima Caetano, na modalidade do dolo eventual ao dirigir um veículo automotor em alta velocidade, sem respeitar o sinal vermelho e após ter ingerido álcool”, informou o advogado Yuri Cruz, que representa a família de Caetano ao lado do advogado Matheus Miranda. Carro avançou com o carro no sinal vermelho em cruzamento de ruas no bairro Embaré, em Santos (SP) Reprodução Conversas Uma troca de mensagens no dia 18 revelou os planos de João para a data. Na conversa, um amigo convida o motorista para ir a São Paulo justificando que iria apresentar uma garota para ele. No entanto, João responde que não poderia, pois havia reservado um camarote em uma casa noturna de Santos. Em seguida, os dois combinam o encontro para o dia 19 (veja abaixo). João Pedro falou sobre reserva de camarote em casa noturna antes de acidente em Santos — Foto: Reprodução do exame pericial Uma conversa com outro amigo mostra que eles estavam se comunicando momentos antes do acidente, cada um em seu veículo, mas seguindo o mesmo trajeto. Em determinado momento, a dupla fala sobre a dinâmica do acidente, culpando o motociclista. O trecho que chamou atenção da perícia ocorreu quando o amigo disse para João que estava levando água para ajudá-lo a fazer o “álcool cair" (veja abaixo). Amigo de João falou sobre ações após o acidente em Santos Reprodução do exame pericial Depois do acidente, João conversou sobre o caso com outra pessoa. Ele chegou a enviar uma imagem com a legenda “eu 20 min [minutos] antes da merda”, referindo-se ao estado dele minutos antes do acidente. Em seguida, o jovem pediu para guardar segredo sobre o conteúdo (veja abaixo). João apagou mensagem que enviou para amigo Reprodução do exame pericial A última troca de mensagens que chamou atenção da perícia ocorreu com um quarto amigo de João. Na ocasião, ele confessou que colidiu com a motocicleta depois de avançar o semáforo vermelho (veja abaixo). João Pedro confessou ser responsável pelo acidente Reprodução do exame pericial Acidente A Polícia Militar disse ter sido acionada para atender o caso de uma colisão entre uma moto e um carro por volta das 3h40 do dia 19. No local, os agentes encontraram o motociclista no chão, já sendo atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A morte foi constatada em seguida. A Secretaria de Segurança Pública informou que os policiais apuraram que o condutor do carro atingiu o motociclista após avançar o sinal vermelho. O local foi isolado pelos policiais até a retirada do corpo e a ocorrência foi apresentada na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos. Vídeo mostra momento em que carro avança sinal vermelho e atropela motociclista Quem era Caetano? Caetano deixou dois irmãos caçulas, sendo uma menina de 14 anos e um menino de 11. O trio morava com os avós paternos no bairro Aparecida. A avó Freire Aurungo contou ao g1 que possuía a guarda dos três netos, apesar de todos terem contato com os pais biológicos. Vanda Freire Aurungo tinha a guarda do neto Caetano Ribeiro Aurungo Arquivo Pessoal O pai de Caetano morreu no dia 14 de agosto após adoecer. No entanto, semanas antes de ficar doente, o pai do jovem havia voltado a morar na casa da mãe e, consequentemente, ter mais convívio com Caetano. “Eles conversaram, desabafaram um com o outro e o Caetano estava até feliz com essa situação. Ele comentou isso comigo essa semana que passou, falou que estava contente de ter essa aproximação com o pai, aí aconteceu isso do pai adoecer e falecer [...]. Ele ficou muito mal, acho que esperava uma aproximação, que aconteceu, mas não teve continuidade”, afirmou Vanda. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos

FONTE: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2025/06/15/justica-adia-audiencia-de-jovem-que-avancou-sinal-vermelho-e-matou-motociclista-em-santos-sp.ghtml


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