Descarte correto de garrafas pode coibir adulteração de bebidas alcoólicas, defende Associação Brasileira das Indústrias de Vidro
04/10/2025
(Foto: Reprodução) Pixabay
O descarte apropriado de garrafas de vidro pode levar a uma diminuição da adulteração de bebidas alcoólicas. É o que afirma o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), Lucien Belmonte.
“Só consegue falsificar bebidas quem tem uma garrafa”, disse Belmonte, em entrevista ao g1. “A única forma de adulterar é desviando a garrafa depois do uso.”
De acordo com a Abividro, o descarte correto envolve enviar a garrafa para a reciclagem por meio de empresas de qualidade já atestada. Na cidade de São Paulo, expõe a associação, a agência SP Regula exige que todo estabelecimento de porte considerável informe qual empresa faz a sua coleta. Essa é parte importante do caminho correto para garantir que a garrafa terá o destino apropriado.
Para Lucien Belmonte, as leis e regras atuais funcionam de forma eficiente, mas precisam ser fiscalizadas. “Falta apenas uma legislação, a qual queremos apresentar, que diz respeito ao acúmulo de garrafas. Se alguém tem milhares de garrafas, pode-se ter certeza de que é para falsificação”, constata.
Seria justamente a falta de fiscalização a culpada por fazer com que a engrenagem não gire. Por causa desse funcionamento falho da cadeia produtiva, criminosos encontram espaço para adquirir garrafas, as quais usarão para envasar bebidas adulteradas.
Ainda segundo Belmonte, o dono de bar ou restaurante que faz uso de meios escusos para descartar suas garrafas compreende a gravidade do que está fazendo. “O único inocente nessa história toda é o consumidor que foi enganado por uma cadeia inescrupulosa”, conclui o presidente da Abividro.
A opinião da associação é de que a questão da intoxicação por metanol pode ser reversível, sobretudo por meio do descarte correto de garrafas de vidro e da compra consciente de bebidas alcoólicas por parte dos estabelecimentos interessados.
Atualmente, de acordo com atualização feita neste sábado (4), o número de notificações de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica subiu para 127 no Brasil, segundo balanço do Ministério da Saúde. Dessas notificações, 12 são de óbitos.