Arrastão em prédio de luxo em Ribeirão Preto: quadrilha vendeu joias roubadas e cada membro recebeu R$ 15 mil, diz polícia
04/10/2025
(Foto: Reprodução) Polícia prende 10º suspeito de participar de assalto milionário em Ribeirão Preto
Cada membro da quadrilha que invadiu um prédio de luxo em Ribeirão Preto (SP) recebeu cerca de R$ 15 mil com a venda das joias roubadas durante o arrastão em seis apartamentos, de acordo com investigações da Polícia Civil.
Na sexta-feira (3), o delegado André Baldochi, um dos responsáveis pelo caso, disse que pelo menos 16 pessoas participaram da divisão do valor.
"Nós já temos ciência que o valor auferido da venda das joias foi dividido em 16 pessoas. Cada uma recebeu em média R$ 18 mil, só que cada um teve de entregar R$ 3 mil para os custos da empreitada. Então, livre, ficou para cada um R$ 15 mil".
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O assalto aconteceu na manhã do dia 24 de setembro, em um condomínio na região central da cidade e o prejuízo às vítimas pode passar dos R$ 4 milhões.
Prédio de alto padrão no Centro de Ribeirão Preto, SP, foi alvo de arrastão com pelo menos 10 ladrões
Reprodução/EPTV
Até o momento, dez pessoas foram presas por envolvimento direto no roubo. O último suspeito foi encontrado em um conjunto habitacional no bairro João Rossi, zona Sul de Ribeirão Preto. De acordo com o delegado José Carvalho de Araújo, ele confessou participação no crime.
"Ele foi convidado para esse trabalho e acabou participando junto com os demais. Os detalhes, nós vamos investigar, confrontar com outras informações que nós temos, mas o envolvimento dele é certeza. Ele aparece nas imagens [de câmeras de segurança], esteve nos apartamentos e, apesar de estar encapuzado, foi identificado entre um daqueles que participaram".
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O homem preso na sexta-feira foi identificado como Henrique Eduardo. Com ele, foi encontrada a quantia aproximada de R$ 10 mil, dinheiro proveniente do assalto. Além dele, um dos primeiros detidos dois dias depois do crime também foi encontrado no Jardim João Rossi.
À CBN Ribeirão, Araújo disse que ainda não pode afirmar se existe relação de amizade entre os dois, mas o caso é investigado.
"A coincidência foi que [os dois suspeitos] estavam no mesmo conjunto habitacional. Não quer dizer que eram amigos ou que se conheciam anteriormente, isso a gente não pode afirmar. E não é morador, é uma outra pessoa que é moradora lá e ele estava ali se escondendo".
Até a última atualização desta reportagem, a defesa do suspeito não tinha sido encontrada.
Henrique Eduardo foi preso na tarde desta sexta-feira (3), por suspeita de participação em roubo milionário em Ribeirão Preto, SP
Polícia Civil
Dos dez presos até o momento, cinco foram localizados na Grande São Paulo e cinco em Ribeirão Preto.
Responsável por alugar o apartamento no 9º andar do edifício duas semanas antes do crime, Júlia Moretti, de 21 anos, é a única da quadrilha considerada foragida.
Membros da quadrilha receberam valores diferentes
As investigações da polícia apontaram que os membros da quadrilha receberam valores diferentes de acordo com o serviço realizado. O grupo tinha três núcleos específicos: logístico, financeiro e operacional. (veja mais abaixo)
"Nem todos que foram presos entraram no rateio, alguns fizeram parte do núcleo financeiro, receberiam a porcentagem do valor que recebessem em conta. Outros, por exemplo, como a mulher que efetuou o pagamento da caução [Júlia Moretti, considerada foragida], recebeu apenas R$ 1 mil por ter emprestado o nome para isso. Então tem pessoas que receberam de forma diferente".
Ladrão aparece com peruca e roupas femininas junto com mulher no elevador de prédio de assaltado em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
O assalto e a divisão em núcleos
Segundo as investigações, a quadrilha que invadiu o prédio no dia 24 de setembro tinha três núcleos.
Logístico: responsável por alugar o apartamento no nono andar do edifício, duas semanas antes. Para a polícia, a responsável por isso foi Júlia Moretti, de 21 anos, moradora de Araçatuba (SP) e considerada foragida. Ela é a única que aparece sem esconder o rosto nas imagens de câmeras de segurança que registraram toda a ação
Financeiro: responsável por receber as quantias em dinheiro que foram obtidas das vítimas via PIX. Quatro homens foram presos em São Paulo e região
Operacional: responsável diretamente por abordar os moradores e invadir os apartamentos. Um dos primeiros suspeitos foi achado no Jardim João Rossi, zona sul de Ribeirão, dois dias depois, em 26 de setembro.
Prejuízo milionário
Delegado responsável pelo caso, André Baldocchi acredita que as vítimas do arrastão tiveram um prejuízo que pode passar dos R$ 4 milhões com joias, celulares, dinheiro e outros objetos levados pela quadrilha.
O assalto aconteceu na manhã de 24 de setembro, em um condomínio de luxo no Centro de Ribeirão Preto.
Seis apartamentos no edifício de 14 andares foram invadidos pelo grupo, que conseguiu se infiltrar alugando um dos imóveis do condomínio duas semanas antes. Eles usaram documentos falsos para fechar o contrato e pagaram R$ 12 mil como caução.
Parte do grupo dormiu no local na noite anterior ao assalto. Já no dia 24 de setembro, outros ladrões se juntaram e invadiram o prédio depois que o zelador e o porteiro foram rendidos. Os criminosos usaram perucas como disfarce.
Moradores que saiam para o trabalho foram feitos reféns, além de prestadores de serviço. Pelo menos 11 pessoas participaram da invasão aos apartamentos.
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